quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Introdução a Sociologia.

Sociologia.
Ciência que estuda como os seres humanos se relaciona na vida prática e efetiva, além das formas pela qual interagem uns com os outros, estabelecendo regras e valores, constituindo tarefas nos grupos criando, assim, a disciplina sob o nome de Ciências Sociais.
A Sociologia é uma das disciplinas das Ciências sociais, que estuda o comportamento humano na sociedade em que vive.
Divisão da Ciência Social.
Sociologia – estuda as relações e suas interações para assim podermos entender melhor a sociedade em que vivemos
Economia – têm por objeto as atividades humanas ligadas á produção, circulação, distribuição e consumo de bens e serviços.
Antropologia – estuda e pesquisa as semelhanças e as diferenças culturais entre os vários grupos e agrupamentos humanos, assim como a origem e a evolução da cultura.
Ciência Política – ocupa-se da distribuição de poder na sociedade, assim como da formação e do desenvolvimento das diversas formas de governo, estudando também os partidos políticos e os mecanismos eleitorais.
As características dos fatos sociais.
Generalidade – é quando o fato social é comum a todos os membros de um grupo ou a sua grande maioria.
Exterioridade – o fato é externo ao indivíduo, existe independente de sua vontade.
Coercitividade – os indivíduos se sentem pressionados a agir dentro do comportamento estabelecido.
Durkheim e a sociologia.
As obras de Durkheim foram muito importantes para definir os métodos de trabalho do sociólogo e estabelecer os principais conceitos desta ciência. Entre essas obras estão “A divisão do trabalho social”, “As regras do método sociológico” e “O suicídio”.
As principais áreas de interesse dos sociólogos.
São os grupos sociais e suas características; as causas das mudanças nos grupos sociais ou sua desintegração; as relações sociais entre os membros do grupo e entre os grupos sociais e as instituições.
Conceito básico de Sociologia.
Para se entender a sociologia como ciência é preciso vê-la com um duplo valor: pode aumentar o conhecimento que o ser humano tem de si mesmo e da sua sociedade, e pode contribuir para a solução de problemas que ele enfrenta.

Estratificação e mobilidade social.

A estratificação e a mobilidade social são aspectos importantes da organização e da dinâmica da sociedade.
É verdade que hoje as “castas” são praticamente inexistentes, com raríssimas exceções, como na Índia, onde o sistema ainda apresenta resistências.
As “classes sociais”, porém são verdadeiras subculturas, com seus costumes, linguajar, moda, etc. bem característicos.
Falamos em estratificação porque, na realidade, os grupos humanos se aglomeram de acordo com sua força, riqueza ou prestígio. Estas classificações em termos de prestígio, principalmente, são as “classes sociais” que sociedade alguma, apesar das lutas sociais, nunca consegui abolir. Entre estas classes existe sempre um conflito “surdo” ou aberto.
Parece que o único fator sempre presente em sociedades estratificadas é uma complexa divisão de trabalho, ou melhor, dizendo, uma especialização profissional. Isso indica que esta é a condição necessária e suficiente para o desenvolvimento das classes sociais.
Em outras palavras, a organização da sociedade, em termos de status e papeis profissionais, parece ser a causa última da estratificação social, segundo a dimensão do prestígio.
Ao se falar em “estratificação social” não se pode esquecer a mobilidade social. Principalmente nas sociedades chamadas demonstrativas, a mobilidade social, em termos de ascensão, deveria ser um aspecto comum. Entretanto, todas as pesquisas realizadas em todo o mundo mostram que a mobilidade social é muito pequena. Geralmente todas as instituições socializadoras contribuem para que o filho do operário continue operário, o filho do profissional liberal seja também um profissional liberal, e o filho de um executivo seja executivo... Assim, os casos de ascensão têm muito pouca importância estatística.
A classe social só é importante para a sociologia enquanto está relacionada com o comportamento pessoal e social. A religião, o comportamento político-econômico, a educação, os costumes, as doenças físicas e mentais, os padrões de namoro e casamento, o orçamento familiar e as relações pessoais estão inteiramente ligados à classe social.
Praticamente todos os traços valorizados em nossa cultura estão bastante relacionados com a classe social.
É interessante lembrar que a auto-avaliação segue de perto e está muito de acordo com as avaliações sociais.

TELES, Maria Luiza Silveira - Sociologia para jovens. Iniciação à Sociologia – Petrópolis, RJ – Ed. Vozes – 1993.

Cidadania, democracia e participação política.

Cidadania e Democracia.
Algumas características da sociedade contemporânea atua no sentido de desagregar valores cultivados não só nas antigas comunidades, mas também na própria sociedade societária até meados do século XX. Entre esses valores estão a solidariedade, a vida familiar, a igualdade de oportunidades, a participação política, etc.
Entretanto, no interior da prórpia sociedade societária moderna existem forças que se opõem fortemente a esas tendências desagregadoras. Isso acontece porque todas as sociedades pós industrialização são consideradas democráticas. Ora, o regime democrático se caracteriza pelo respeito aos direitos humanos, pelo “império da lei”(todos são iguais perante a lei e ninguém está acima dela), pela pluralidade de partidos políticos, pelo voto livre e universal e pela alternância do poder.
Um dos fundamentos do regime democrático é o conceito de cidadania. Segundo o sociólogo Herbert de Souza (Betinho), “cidadão é um indivíduo que tem consciência de seus direitos e deveres e participa ativamente de todas as questões da sociedade. Tudo o que acontece no mundo, acontece comigo. Entãoeu preciso participar das decisões que interferem na minha vida. Um cidadão com um sentimento ético forte e consciente da cidadania não deixa passar nada, não abre mão desse poderde participação(...)
A idéia de cidadania ativa é ser alguém que cobra, propõe e pressiona o tempo todo. O cidadão precisa ter consciência de seu poder”. (Belisário Santos Júnior – Cidadania, verso e reverso – São Paulo – Secretaria da Justiça e da Cidadania, 1998, p. 11).
A cidadania está diretamante vinculada aos direitos humanos, uma longa e penosa conquista da humanidade que teve seu reconhecimento formal com a Declaração dos Direitos Humanos, aprovada em 1948 pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Participação política.
Conforme o contexto histórico, social e político, a expressão "participação política" se presta a inúmeras interpretações. Se considerarmos apenas as sociedades ocidentais que consolidaram regimes democráticos, por si só, o conceito pode ser extremamente abrangente.
A participação política designa uma grande variedade de atividades, como votar, se candidatar a algum cargo eletivo, apoiar um candidato ou agremiação política, contribuir financeiramente para um partido político, participar de reuniões, manifestações ou comícios públicos, proceder à discussão de assuntos políticos etc.
Ética
Ética é o nome geralmente dado ao ramo da filosofia dedicado aos assuntos morais. A palavra "ética" é derivada do grego, e significa aquilo que pertence ao caráter.
Diferencia-se da moral, pois enquanto esta se fundamenta na obediência a normas, tabus, costumes ou mandamentos culturais, hierárquicos ou religiosos recebidos, a ética, ao contrário, busca fundamentar o bom modo de viver pelo pensamento humano..
Na filosofia clássica, a ética não se resumia à moral (entendida como "costume", ou "hábito", do latim mos, mores), mas buscava a fundamentação teórica para encontrar o melhor modo de viver e conviver, isto é, a busca do melhor estilo de vida, tanto na vida privada quanto em público. A ética incluia a maioria dos campos de conhecimento que não eram abrangido na física, metafísica, estética, na lógica, na dialética e nem na retórica. Assim, a ética abrangia os campos que atualmente são denominados antropologia, psicologia, sociologia, economia, pedagogia, às vezes política, e até mesmo educação física e dietética, em suma, campos direta ou indiretamente ligados ao que influi na maneira de viver ou estilo de vida. Um exemplo desta visão clássica da ética pode ser encontrado na obra Ética, de Espinoza

Obs: A sociedade societária possui características muito identificáveis. Heterogeneidade de pensamentos, diversificação artística, desenvolvimento cientifico, religiões diversas, leis definidas, territórios longos, entre outras características.

terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

República Velha

- Governos dos Marechais ou República de Espadas (1889-1894).
Os militares mantiveram-se no comando da República nos primeiros anos de existência do novo regime. Foi o período dos governos de Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto, de 1889 a 1891, onde Deodoro assumiu o governo provisório, e de 1891 a 1894, quando é eleito presidente da república, renunciando logo a seguir passando o governo à Floriano Peixoto.

- A Constituição de 1891.
Em 24 de fevereiro de 1891, foi promulgada a Constituição da República que tinha como principais pontos: a extinção do Senado Vitalício e do Poder Moderador dando independência ao Poder Legislativo, Executivo e Judiciário; o regime federativo presidencialista; voto universal masculino não-secreto, com exceção dos mendigos, analfabetos, soldados e religiosos; igualdade jurídica dos cidadãos (“todos são iguais diante da lei”); direito de propriedade; liberdade de crença, de associação e expressão; laicização do ensino público; separação entre o Estado e a Igreja; autonomia dos estados.

- As oligarquias agrárias do Sudeste (República do café com leite)
Com a posse do paulista Prudente José de Morais na Presidência, em 1894, o poder passava das mãos dos setores militares para os políticos liberais. A base político-social desses políticos eram as oligarquias agrárias do Sudeste, sobretudo de São Paulo e Minas Gerais, representadas por seus respectivos partidos, o PRP (Partido Republicano Paulista) e o PRM (Partido Republicano Mineiro) que irá durar até 1930.


-A política dos governadores:
As elites paulista e mineira precisavam de apoio de outros estados para governar. Ao mesmo tempo, os partidos eram organizados de forma regional, em cada estado um grupo controlava o poder.
Durante a presidência de Campos Sales (1898-1902), os acordos tornaram-se um grande pacto de dominação, conhecido como política dos governadores. Tratava-se de um acordo para garantir o controle do poder, onde o presidente dava seu reconhecimento e apoio aos candidatos dos governos estaduais nas eleições regionais e recebia em troca o apoio desses governos ao candidato oficial na eleição presidencial. Além disso, os governos estaduais se comprometiam a eleger bancadas no Congresso Nacional que apoiassem a política do governo federal.

- O bico de pena.
Era praticada pelas mesas eleitorais, com funções de junta apuradora: inventavam-se nomes, eram ressuscitados os mortos, e os ausentes compareciam; na feitura das atas, a pena toda-poderosa dos mesários realizava milagres portentosos.

- A degola.
Em relação às eleições, vale lembrar que o voto não era secreto, como hoje. O eleitor votava sob o olhar do presidente da mesa eleitoral. Assim, o governo dominante em cada estado ganhava geralmente as eleições porque controlava todo o processo eletivo, desde o registro de eleitores e candidatos até a apuração dos votos, o reconhecimento e a diplomação dos candidatos eleitos por meio da Comissão de Verificação de Poderes, no Congresso Nacional, que era uma comissão especial controlada pelos governistas que estavam no poder que analisava se o eleito era a favor ou contra o governo, se fosse contra era impedido de tomar posse, isto se chamava de degola.

Para esse mecanismo de controle funcionar, era preciso do apoio dos chefes políticos regionais e locais, os coronéis, que garantiam o voto dos eleitores de sua área de influência aos candidatos governistas.


- O coronelismo.
Os coronéis eram os líderes políticos do interior, geralmente grandes proprietários de terras, mas entre eles havia também comerciantes, médicos, padres ou advogados. Eles eram à base de sustentação política das oligarquias, representantes e beneficiários do governo estadual nos seus municípios. Controlavam a política nas suas localidades com a autoridade recebida do partido republicano, com poderes para obrigar o eleitorado a votar nos candidatos por ele indicado. Seus métodos de ação eram o clientelismo, ou seja, a relação de dependência entre o eleitor e o coronel por meio de proteção e favores aos clientes (emprego, escola, etc.), e a força bruta.

Filósofos Iliministas

- John Locke (Inglês – 1632 a 1704): considerado o “pai do Iluminismo”, para ele o poder da monarquia era um contrato entre governantes e governados regido pela constituição. Condenava o absolutismo e defendia a liberdade política e a tolerância religiosa. Obra, “Ensaio sobre o entendimento humano”.
Voltaire (francês – 1694 a 1778): defensor de uma religião natural baseada na crença de um ser supremo e na imortalidade da alma, criticando as superstições impostas pela Igreja. Condenava o absolutismo, porém, defendia a necessidade de uma monarquia centralizada em que o governante seria assessorado por filósofos, onde os monarcas deveriam respeitar as liberdades individuais, era o Despotismo Esclarecido. Obra: “Ensaio sobre os costumes”.
- Montesquieu (francês – 1689 a 1755): para ele não existia uma absolutamente uma forma de governo ideal que servisse para qualquer povo em qualquer época, cada país teria um tipo de instituição política, onde os fatores geográficos e climáticos influenciariam diretamente na forma de governo: para os grandes países o Despotismo, para os médios a Monarquia e para os pequenos a República. Defendeu também a separação dos poderes do Estado em Legislativo, Executivo e Judiciário, onde um limitava o outro. Obra: “O espírito das leis”.
- Diderot (francês – 1713 a 1784) e D’Alambert (francês – 1717 a 1783): Foram um os principais organizadores da Enciclopédia, obra que resumia os principais pensamentos Iluministas. Defendiam a independência do Estado em relação a Igreja.
- Rousseau (francês – 1712 a 1778): foi o mais radical e popular dos filósofos, para ele o Estado e o governo deveriam ser separados, onde o Estado tinha o sentido genérico de sociedade organizada em termos políticos, ao passo que o governo não passava de executor da vontade da maioria, expressa pelo voto universal, com isso, achava que o Estado só poderia oferecer igualde política se fosse democrático. Obra: “O contrato social”.
- François Quesnay (francês – 1723 a 1790): defensor da fisiocracia, capitalismo agrário, baseado no aumento da produção, sem a interferência do Estado. Para eles a terra era a única fonte de riqueza, dai a primazia da agricultura sobre o comércio, “atividade estéril”, que se resumia a troca de mercadorias. Obra: “Fisiocracia o governa da natureza”.
- Adam Smith (escocês – 1723 a 1790): defendia que a economia deveria ser dirigida pelo livre logo da oferta e da procura de mercado, sem a interferência do Estado, sendo o trabalho a verdadeira fonte de riqueza para as nações e deveria ser conduzido pela livre iniciativa particular. Obra: “A riqueza das nações”.
- Obs.: a síntese do pensamento Iluminista encontrava-se na Enciclopédia, originalmente uma obra de livraria, destinada a apresentar ao grande público um panorama do conhecimento dos conhecimentos humanos naquele século de grandes novidades.
- Despotismo esclarecido: foi uma política reformista visando à modernização do Estado pelo respectivo soberano. Geralmente os “monarcas esclarecidos adotavam” adotavam os pensamentos dos filósofos Iluministas para empreender a modernização de seu Estado; tratava-se de adaptar alguns princípios novos ao Estado, tornado este assim mais moderno.