O Período Republicano (República
Velha, 1889-1930).
Este período
ficou compreendido entre 1889 e 1894, denominando-se República de Espadas. O
Brasil nessa época foi governado por dois militares: Deodoro da Fonseca e
Floriano Peixoto. Na noite de 15 de novembro de 1889, os militares reuniram-se
com os republicanos e formaram o governo provisório. O marechal Deodoro da
Fonseca assumiu o governo e nomeou ministros dando início ao governo
republicano.
A Segunda Constituição
Brasileira.
Em meio a uma
grave crise financeira, em 15 de novembro de 1890, foi eleita a Assembleia
Constituinte. Durante os trabalhos para elaborar a primeira Constituição
republicana os políticos se dividiram em dois grupos:
1) os federalistas extremados, que compunham uma ala de
sul-rio-grandenses que almejavam a autonomia total para os estados.
2) os federalistas moderados, formados por paulistas,
fluminenses, mineiros, que almejavam um executivo forte. Pretendiam um
federalismo com pouca autonomia (resquício do autoritarismo monárquico).
A primeira
Constituição republicana, inspirada na Constituição dos Estados Unidos, foi
promulgada em 24 de fevereiro de 1891 e estabeleceu o seguinte:
a) República Federativa Presidencialista;
b) Direito a voto aos maiores de 21 anos, menos aos analfabetos,
mulheres, religiosos e praças do exército;
c) maior autonomia aos estados, podendo cobrar impostos,
organizar a sua política, fazer empréstimos no exterior;
d) a religião católica deixava de ser oficial;
e) Brasil passou a ter três poderes: Executivo, Legislativo
e Judiciário.
A República do café com leite.
Este período
ocorreu após a eleição de Prudente de Morais em 1894. O poder passava das mãos
dos marechais para os políticos liberais. A base político-social desses
políticos eram as oligarquias agrárias do Sudeste, sobretudo de São Paulo e
Minas Gerais, representados por seus respectivos partidos, o PRP (Partido
Republicano Paulista) e o PRM (Partido Republicano Mineiro) que irá durar até
1930.
A base da República Velha era o
coronel, era ele quem garantia os votos locais do Presidente do Estado (hoje se
diz Governador), em troca do apoio do governador à sua liderança política no
seu município, no qual dispunha de grande poder devido ao fato da Constituição de 1891 ser
descentralizadora, garantindo, aos estados e municípios, grande autonomia
legislativa e de polícia.
Quem organizava a vida política,
diretamente no contato com a população, nos municípios,
era a figura "carismática" do "coronel". Sempre fazendeiro,
sendo geralmente o líder da maçonaria local, o coronel, apesar do nome, era um
líder essencialmente civil, em um país com 80% de sua população rural, onde
tinha que se caminhar muito para fazer política. Era o coronel o elo entre a
população e o poder estatal.
A política dos governadores.
Ela teve seu
ápice no governo de Campos Sales (1898-1902). Os acordos tronaram-se um grande
pacto de dominação política. Tratava-se de um acordo para garantir o controle
do poder, onde o presidente dava seu reconhecimento e apoio aos candidatos dos
governadores estaduais nas eleições regionais e recebiam o apoio desses
governadores ao candidato oficial na eleição presidencial. Além disso, os
governos estaduais se comprometiam a eleger bancadas no Congresso Nacional que
apoiassem a política do governo federal. O curral eleitoral era um dos
principais responsáveis por este tipo de política, onde os eleitores do campo
eram levados pelos coronéis ou chefes locais para os seus respectivos locais de
votação com envelopes fechados com as cédulas dos candidatos em que o eleitor
deveria votar.
As
características das eleições da República Velha era a fraude eleitoral, ou por
conta do “bico de pena”, praticado pela mesa eleitoral, com função de junta
apuradora: inventando-se nomes, ressuscitando mortos e tornando presentes os
ausentes. Na feitura das atas a pena toda poderosa dos mesários realizava
milagres; e a “degola”, como a eleição era aberta todo o processo de escola do
candidato era controlado, desde o registro do candidato até sua posse, caso
fosse contra o governo não assumia, por isso o nome “degola”.