terça-feira, 5 de março de 2013

A cultura, a ideologia e a mídia.

O termo ideologia é sinônimo ao termo ideário, contendo o sentido neutro de conjunto de ideias, de pensamentos, de doutrinas ou de visões de mundo de um indivíduo ou de um grupo, orientado para suas ações sociais e, principalmente, políticas. (Wikipédia em 05/03/2013 as 9:55).

O controle cultural.
Ao passamos a analizar o controle de qualquer coisa, não podemos deixar de fora a ideologia, pois sem ela não é possivel ocorrer o domínio das sociedades capitalistas em grupos que pretendem dominar e tornar-se hegemônica sobre a outra.
Por hegemonia pode-se entender o processo pelo qual uma classe dominante consegue fazer que o seu projeto seja aceito pelos dominados, desarticulando a visão de mundo autônoma de cada grupo potencialmente adversário. Isto é feito por meio de aparelhos de hegemonia, que são práticas intelectuais como, livros, filmes, jornais, escolas, música teatro e etc.
Segundo o filósofo Antonio Gramsci (1891-1937), uma classe se torma hegemônica quando ela utiliza a persuasão, o consenso, que é desenvolvido mediante um sistema de ideias muito bem elaboradas por intelectuais a serviço do poder, para convencer a maioria das pessoas, até as das classes dominantes. Por esse processo cria-se uma “cultura dominante efetiva”, que deve penetrar no senso comum de um povo, com o objetivo de demonstrar que a forma como aquele que domina vê o mundo é a única possível.
A ideologia não é lugar de ilusão e de mistificação, mas o espaço da dominação, que não se estabelece somente com o uso legítimo da força pelo Estado, mas também pela direção moral e intelectual da sociedade como um todo, utilizando os elementos culturais da cada povo.
Para o sociológo francês Pierre Bourdieu (1930-2002), declara que é pela hegemonia que os dominates garentem o controle ideológico, desenvolvendo uma prática cuja a finalidade é manter o distanciamento entre as classes sociais. Assim, existem práticas sociais e culturais que distinguem quem é de uma classe ou de outra: os “cultos” têm conhecimentos científicos, artísticos e literários que os opõem aos “incultos”. Isso é resultado de uma imposição cultural que define o que é “ter cultura”.
Theodor Adorno (1903-1969) Max Horkheimer (1895-1973), pensadores alemães, afirmavam que o conceito de indústria cultural permitia explicar o fenômeno da exploração comercial e a vulgarização da cultura, como também a ideologia da dominação. A preocupação básica era com a emergência de empresas interessadas na produção em massa de bens culturais, como qualquer mercadoria (roupas, automóveis, sabonetes, etc.), visando exclusivamente ao consumo, tendo como fundamentos a lucratividade e a adesão incondicional ao sistema dominante, criando a possibilidade de homogeneização das pessoas, grupos e classes sociais; esse processo atingiria as classes, que seriam seduzidas pela indústria cultural, pois esta coloca a felicidade imediatamente nas mãos dos consumidores mediante a compra de alguma mercadoria ou produto cultural. Cria-se assim uma subjetividade uniforme, por isso, massificada. Desta forma, sentimonos integrados numa sociedade imaginária, sem conflitos e sem desigualdade.
A indústria cultural tranforma as atividades de lazer em um proplongamento do trabalho, promete ao trabalhador uma fuga do cotidiano e lhe oferece, de maneira ilusória, esse mesmo cotidiano como paraíso. Por meio da sedução e do convencimento, a indútria cultural vende produtos que devem agradar ao público, não para fazê-lo pensar com informações novas que o perturbem, mas para propiciar-lhe uma fuga da realidade. Tal fuga, segundo faz o indivíduo se alienar, por poder continuar aceitando com um “tudo bem” a exploração do sistema capitalista. Isso nos faz pensar da seguinte forma: que para podermos consumir o que a indústria cultural nos vende temos que trabalhar mais e com isso comprar o que nos é indicado, então ao sairmos para um shopping, na realidade não vamos nos distrair um pouco e sim vamos ver o que a indústria tem para nos oferecer.

A interferência dos meios de comunicação.
Os produtos culturais aparecem com invólucros cada vez mais esplendorosos, pois a cada dia são maiores as exigências para prender a atenção dos indivíduos. Produtos de baixa qualidade têm a oferta justificada pelo argumento de que atendem às necessidades das pessoas que desejam apenas entretenimento e diversão, não estando preocupados com o caráter educativo ou cultural do que consomem. Mas isso é falso, pois esses produtos são oferecidos tendo em vista as necessidades das próprias empresas, cujo objetivo é unicamente o lucro.
Ao observarmos a história das comunicações, destaca-se o fato de que as civilizações se desenvolveram quando a transmissão de conhecimento passou da forma oral para a escrita. Até o surgimento da imprensa, em 1440, a transmissão de conhecimento era muito restrita. Foi com Johannes Gutenberg e a invenção da imprensa que ocorreu o grande salto tecnológico que permitiu a muitas pessoas o acesso à cultura escrita.
Com a invenção da imprensa a transmissão da cultura se deu de forma escrita, não mais apenas de forma oral. Com o rádio, oralidade se dá e passa a abranger uma grande quantidade de pessoas, maior que a imprensa passa a atingir. Com a televisão, tudo se modifica, a imagem passa a ser a responsável pela comunicação, prendendo a atenção das pessoas com mais poder, fazendo com que o indivíduo perca a racionalidade, podendo ser mais facilmente manipulado. Na realidade, a televisão produz imagens e apaga os conceitos; desse modo atrofia a nossa capacidade de abstração e com ela toda a nossa capacidade de compreender. Então, o Homo sapiens está sendo substituído pelo Homo videns, ou seja, o que importa é a imagem, é o ver sem entender.

A dominação cultural.
Varias críticas feitas à ideia de que a indústria cultural estaria destruindo nossa capacidade de discernimento. Com as novas técnicas de reprodução as obras ditas eruditas passaram a ser difundidas entre outras classes sociais contribuindo para a emancipação da arte de seu papel ritualístico, porém, na verdade, o capitalismo passa a utilizar essas novas técnicas a seu favor, de poder ter um retorno econômico.
Fora dessas empresas, há intelectuais que, individualmente ou em organizações, criticam o que se faz na televisão, no cinema e em todas as áreas culturais. Outros procuram criar canais alternativos de informação sobre o que acontece no mundo, desenvolver produções culturais não massificadas ou manter canais de informações e crítica constantes em sites e blogs na internet. Não se pode esquecer também dos movimentos culturais de milhares de pequenos grupos no mundo que desenvolvem produções culturais específicas de seus povos e grupos de origem. (Sociologia para o ensino médio, Nelson Dacio Tomazi página: da 182 a 186).

Um comentário:

  1. http://96.126.119.23/noticias/artigo-cientifico-a-industria-cultural-uma-fabrica-de-sonhos-477396.html

    Publiquei meu artigo nesse site em 2011 e vejo que possui boa parte do meu texto citado no seu artigo sem a devida referência. Cuidado!

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