quarta-feira, 29 de fevereiro de 2012

Estratificação e mobilidade social.

A estratificação e a mobilidade social são aspectos importantes da organização e da dinâmica da sociedade.
É verdade que hoje as “castas” são praticamente inexistentes, com raríssimas exceções, como na Índia, onde o sistema ainda apresenta resistências.
As “classes sociais”, porém são verdadeiras subculturas, com seus costumes, linguajar, moda, etc. bem característicos.
Falamos em estratificação porque, na realidade, os grupos humanos se aglomeram de acordo com sua força, riqueza ou prestígio. Estas classificações em termos de prestígio, principalmente, são as “classes sociais” que sociedade alguma, apesar das lutas sociais, nunca consegui abolir. Entre estas classes existe sempre um conflito “surdo” ou aberto.
Parece que o único fator sempre presente em sociedades estratificadas é uma complexa divisão de trabalho, ou melhor, dizendo, uma especialização profissional. Isso indica que esta é a condição necessária e suficiente para o desenvolvimento das classes sociais.
Em outras palavras, a organização da sociedade, em termos de status e papeis profissionais, parece ser a causa última da estratificação social, segundo a dimensão do prestígio.
Ao se falar em “estratificação social” não se pode esquecer a mobilidade social. Principalmente nas sociedades chamadas demonstrativas, a mobilidade social, em termos de ascensão, deveria ser um aspecto comum. Entretanto, todas as pesquisas realizadas em todo o mundo mostram que a mobilidade social é muito pequena. Geralmente todas as instituições socializadoras contribuem para que o filho do operário continue operário, o filho do profissional liberal seja também um profissional liberal, e o filho de um executivo seja executivo... Assim, os casos de ascensão têm muito pouca importância estatística.
A classe social só é importante para a sociologia enquanto está relacionada com o comportamento pessoal e social. A religião, o comportamento político-econômico, a educação, os costumes, as doenças físicas e mentais, os padrões de namoro e casamento, o orçamento familiar e as relações pessoais estão inteiramente ligados à classe social.
Praticamente todos os traços valorizados em nossa cultura estão bastante relacionados com a classe social.
É interessante lembrar que a auto-avaliação segue de perto e está muito de acordo com as avaliações sociais.

TELES, Maria Luiza Silveira - Sociologia para jovens. Iniciação à Sociologia – Petrópolis, RJ – Ed. Vozes – 1993.

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