A Revolução Cubana.
A Revolução
Cubana constitui a primeira revolução socialista na América Latina. Em janeiro
de 1959, o governo pró-norte-americano de Fulgêncio Batista foi deposto pela
guerrilha liderada por Fidel Castro, Ernesto “Che” Guevara e Raúl Castro . O
movimento revolucionário cubano pretendia acabar com a dominação
neocolonialista dos EUA em Cuba, introduzindo, simultaneamente, mudanças na
sociedade.
Em
1960, o governo norte-americano retirou seu apoio ao movimento revolucionário
cubano. Nesse mesmo ano, Castro introduziu o regime socialista, afastando-se
dos EUA a aproximando-se da URSS, que forneceu apoio militar à revolução.
Nacionalizou as empresas e os bancos, realizou a reforma agrária e instituiu o
regime de partido único.
A
partir de então, a América Latina ingressou na Guerra Fria. Em 1962, Cuba foi
expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), e a maioria dos países da
América Latina foi obrigada a integrar o bloqueio econômico contra Cuba. A URSS
tornou-se a principal parceira econômica de Cuba. Apesar do isolamento da ilha,
o novo regime cubano se consolidou: aprofundou a reforma agrária, combateu o
analfabetismo, melhorou as condições de saúde e higiene da população e aumentou a produção.
Cuba
passou a defender o internacionalismo socialista, enviando tropas a outras
regiões, como Angola, Etiópia e Nicarágua. Nessa última, a revolução socialista
terminou em 1979.
A
economia cubana subsistiu graças ao auxílio soviético. O fim da Guerra Fria e a
desintegração da URSS alteraram profundamente o quadro cubano.
Ditadura na América Latina.
Durante
a Guerra Fria, os Estados Unidos incentivaram a instalação de diversos regimes
militares autoritários na América Latina, a fim de garantir sua hegemonia sobre
a região.
Entre
os anos de 1960 e 1980, estabeleceram-se ditaduras militares em vários países
da América Latina. Em geral, a instalação e a manutenção desses regimes tiveram
o apoio dos EUA, que visavam impedir o avanço do socialismo e manter o
continente sob sua influência. Além da supressão das liberdades democráticas,
as ditaduras latino-americanas se caracterizaram pela perseguição, torturas,
prisão e morte de milhares de oposicionistas. Espacialmente as nações do Cone
Sul viveram esse terror patrocinado pelo Estado.
Argentina.
Quando
o presidente Juan Domingo Perón morreu, em 1974, as duas facções rivais de seu partido
passaram a se enfrentar, mergulhado o país no caos. Sua mulher e vice,
Isabelita Perón, assumiu o cargo e adotou uma postura favorável aos setores
conservadores, apoiados pelas Forças Armadas, mas não conseguiu controlar os
conflitos. Como pretexto de resolver a situação, em 1976 o general Jorge Rafael
Videla dissolveu o Congresso e instalou a ditadura. O governo perseguiu
ferozmente os adversários – esse momento foi batizado de guerra suja –,
causando o desaparecimento de cerca de 30 mil pessoas. A crise econômica e a
derrota na Guerra das Malvinas, contra o Reino Unido, em 1982, enfraquecerem o
regime, que chegou ao fim no ano seguinte, com a eleição do civil Raul Alfonsín
à Presidência da República.
Chile.
Em
1970, o socialista Salvador Allende foi eleito presidente. Ao nacionalizar
mineradoras norte-americanas, seu governo foi alvo de uma campanha de
desestabilização promovida pelos EUA. Três anos depois, Allende foi deposto por
um golpe militar e se suicidou no palácio presidencial. O poder foi assumido
pelo general Augusto Pinochet, que permaneceu no cargo até 1990. Derrotado em
um plebiscito sobre sua continuidade no governo, ele entregou a Presidência ao
civil Patrício Aylwin. A sangrenta
ditadura deixou milhões de mortes, desparecidos e exilados. Em 2006, Pinochet
morreu sem ter sido julgado pelos casos de tortura e assassinato ocorridos
durante seu governo, apesar das tentativas realizadas pelo juiz espanhol
Baltasar Garzón de apurar as responsabilidades.
Uruguai.
Eleito
presidente do Uruguai em 1971, o conservador Juan Maria Bordaberry assumiu com a promessa de derrotar o grupo
guerrilheiro de esquerda Tupamaro. Em 1973, com o apoio dos militares, fechou o
Congresso e suspendeu a Constituição e instaurou uma das mais repressivas
ditaduras do continente. No fim da década, os EUA chegaram a cancelar a ajuda
militar e econômica ao país, em represália as violações dos direitos humanos
cometidos pelo regime. A redemocratização ocorreu em 1984.
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