domingo, 23 de junho de 2013

Revolução Cubana e Ditadura na América Latina


A Revolução Cubana.

 A Revolução Cubana constitui a primeira revolução socialista na América Latina. Em janeiro de 1959, o governo pró-norte-americano de Fulgêncio Batista foi deposto pela guerrilha liderada por Fidel Castro, Ernesto “Che” Guevara e Raúl Castro . O movimento revolucionário cubano pretendia acabar com a dominação neocolonialista dos EUA em Cuba, introduzindo, simultaneamente, mudanças na sociedade.

Em 1960, o governo norte-americano retirou seu apoio ao movimento revolucionário cubano. Nesse mesmo ano, Castro introduziu o regime socialista, afastando-se dos EUA a aproximando-se da URSS, que forneceu apoio militar à revolução. Nacionalizou as empresas e os bancos, realizou a reforma agrária e instituiu o regime de partido único.

A partir de então, a América Latina ingressou na Guerra Fria. Em 1962, Cuba foi expulsa da Organização dos Estados Americanos (OEA), e a maioria dos países da América Latina foi obrigada a integrar o bloqueio econômico contra Cuba. A URSS tornou-se a principal parceira econômica de Cuba. Apesar do isolamento da ilha, o novo regime cubano se consolidou: aprofundou a reforma agrária, combateu o analfabetismo, melhorou as condições de saúde e higiene da população e  aumentou a produção.

Cuba passou a defender o internacionalismo socialista, enviando tropas a outras regiões, como Angola, Etiópia e Nicarágua. Nessa última, a revolução socialista terminou em 1979.

A economia cubana subsistiu graças ao auxílio soviético. O fim da Guerra Fria e a desintegração da URSS alteraram profundamente o quadro cubano.  

 

Ditadura na América Latina.

Durante a Guerra Fria, os Estados Unidos incentivaram a instalação de diversos regimes militares autoritários na América Latina, a fim de garantir sua hegemonia sobre a região.

Entre os anos de 1960 e 1980, estabeleceram-se ditaduras militares em vários países da América Latina. Em geral, a instalação e a manutenção desses regimes tiveram o apoio dos EUA, que visavam impedir o avanço do socialismo e manter o continente sob sua influência. Além da supressão das liberdades democráticas, as ditaduras latino-americanas se caracterizaram pela perseguição, torturas, prisão e morte de milhares de oposicionistas. Espacialmente as nações do Cone Sul viveram esse terror patrocinado pelo Estado.

Argentina.

Quando o presidente Juan Domingo Perón morreu, em 1974, as duas facções rivais de seu partido passaram a se enfrentar, mergulhado o país no caos. Sua mulher e vice, Isabelita Perón, assumiu o cargo e adotou uma postura favorável aos setores conservadores, apoiados pelas Forças Armadas, mas não conseguiu controlar os conflitos. Como pretexto de resolver a situação, em 1976 o general Jorge Rafael Videla dissolveu o Congresso e instalou a ditadura. O governo perseguiu ferozmente os adversários – esse momento foi batizado de guerra suja –, causando o desaparecimento de cerca de 30 mil pessoas. A crise econômica e a derrota na Guerra das Malvinas, contra o Reino Unido, em 1982, enfraquecerem o regime, que chegou ao fim no ano seguinte, com a eleição do civil Raul Alfonsín à Presidência da República.

Chile.

Em 1970, o socialista Salvador Allende foi eleito presidente. Ao nacionalizar mineradoras norte-americanas, seu governo foi alvo de uma campanha de desestabilização promovida pelos EUA. Três anos depois, Allende foi deposto por um golpe militar e se suicidou no palácio presidencial. O poder foi assumido pelo general Augusto Pinochet, que permaneceu no cargo até 1990. Derrotado em um plebiscito sobre sua continuidade no governo, ele entregou a Presidência ao civil Patrício Aylwin.  A sangrenta ditadura deixou milhões de mortes, desparecidos e exilados. Em 2006, Pinochet morreu sem ter sido julgado pelos casos de tortura e assassinato ocorridos durante seu governo, apesar das tentativas realizadas pelo juiz espanhol Baltasar Garzón de apurar as responsabilidades.

Uruguai.

Eleito presidente do Uruguai em 1971, o conservador Juan Maria Bordaberry  assumiu com a promessa de derrotar o grupo guerrilheiro de esquerda Tupamaro. Em 1973, com o apoio dos militares, fechou o Congresso e suspendeu a Constituição e instaurou uma das mais repressivas ditaduras do continente. No fim da década, os EUA chegaram a cancelar a ajuda militar e econômica ao país, em represália as violações dos direitos humanos cometidos pelo regime. A redemocratização ocorreu em 1984.   

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