sábado, 4 de maio de 2013

Revolução Russa.


Revolução Russa.

A Revolução Russa foi um movimento ocorrido entre 1917 e 1928 que derrubou a monarquia no país e culminou na criação da União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS), ou apenas União Soviética, o primeiro país socialista do mundo. O processo foi de intensa agitação política e militar e influenciou de maneira decisiva a história do século XX, ao dar origem a uma das potências que dominaram por décadas a geopolítica global.

Antecedentes.

No final do século XIX, a Rússia não havia passado pelas reformas ocorridas na Europa Ocidental a partir do fim, da Idade Média. Na política, vigorava ainda o absolutismo, personificado na figura do czar, o imperador russo. E, na economia, mantinham-se as características feudais: a agricultura – baseada no trabalho dos mujiques, servos camponeses – era de longe a atividade mais importante, e a maioria das terras pertencia à nobreza – os boiardos – e ao clero da Igreja Ortodoxa.

A industrialização, tardia, era um fenômeno recente, restrito a algumas cidades. Por depender do capital de outros países, a Rússia não foi capaz de produzir uma burguesia local forte. O proletariado, ao contrário, embora também fosse pequeno, organizou-se de forma sólida e combativa, mantendo vínculos estreitos com as massas camponesas.

Entre esses operários germinaram as ideias revolucionárias vindas da Europa Ocidental, o que permitiu o aparecimento de grupos políticos de oposição ao czar. O mais influente era o Partido Operário Social Democrata Russo (POSDR), inspirado no marxismo. Em 1903, ele se dividiu em duas facções, os bolcheviques (que quer dizer maioria), liderado por Vladimir Lênin, defensores da tomada do poder pelos operários e camponeses; e os mencheviques (minoria), encabeçado por Iulii Martov – adeptos da revolução gradual, por meio de reformas.

Após a derrota na Guerra Russo-Japonesa, os ânimos populares se inflamaram e estourou a Revolução de 1905. No episódio mais marcante, o Domingo Sangrento, uma manifestação pacífica em São Petersburgo foi massacrada pelo Exército. O clima do país ficou tenso, seguindo-se várias greves e protestos. Operários, camponeses e soldados organizaram-se em conselhos denominados sovietes – mais tarde controlados pelos bolcheviques. A burguesia forçou a instalação de um parlamento – a Duma –, em 1906.

Revolução Menchevique.

Os altos gastos militares com a I Guerra Mundial intensificaram o descontentamento com o governo. A insatisfação alcançou o auge em 1917, na Revolução de Fevereiro, quando o exército se negou a marchar contra uma manifestação popular em Petrogrado (como era conhecido São Petersburgo). Enfraquecido, o czar Nicolau II foi obrigado a abdicar.

Os mencheciques, apoiados pela burguesia, instalaram a República da Duma, de caráter liberal, liderada por um nobre, o príncipe Lvov. O fracasso na I Guerra Mundial levou a sua substituição por um socialista moderado, Alexander Kerensky.  

Apesar da concessão, a oposição bolchevique se fortaleceu, Leon Trotski, presidente do soviete de Petrogrado, criou a Guarda Vermelha formada por milicianos operários, Lênin, que estava exilado na Finlândia, voltou clandestinamente ao país e incitou os sovietes a tomar o poder por meio de uma revolução. Sob os lemas “Pão, paz e terra” e “Todo o poder aos sovietes”, os bolcheviques defendiam a retirada do país da guerra, a tomada do poder pelos conselhos populares e uma ampla reforma agrária.  

Revolução Bolchevique ou Revolução de Outubro.

Em 25 de outubro (segundo o calendário Juliano, que vigorava na Rússia), eclodiu a revolução popular. Apoiados pelas massas, os bolcheviques derrubaram a Repúbica da Duma e instituíram a Conselho dos Comissários do Povo, presidido por Lênin. Ele então deu início à mudanças dos sistema econômico do país, cocedendo aos camponeses o direito exclusivo de exploração das terras, transferindo o controle das fábricas aos operários, expropriando as indústrias e nacionalizando os bancos. No ano seguinte a Rússia saiu da I Guerra Mundial ao assinar a paz em separado com a Alemanha (Paz de Brest-Litovsk), aceitando entregar a Polônia, a Ucrânia e a Finlândia. O POSDR passou a chamar-se Partido Comunista Russo – o único permitido no país.

Aristocratas e mencheviques reagiram. Chamados de Brancos, eles receberam ajuda de países como Reino Unido, França, Japão e Estados Unidos, e a nação mergulhou numa guerra civil. Para combater os contrarrevolucionários, Trostki organizou o Exército Vermelho. O conflito acabou em 1921, com a vitória bolchevique. Milhares de adversários do governo foram fuzilados, incluindo o czar e sua família.

Para recuperar a economia, abalada pelo conflito, Lênin estabeleceu a Nova Política Econômica (NEP): uma série de medidas capitalistas temporárias que deveriam preparar terreno para a instalação do socialismo. Ele permitiu a criação de empresas privadas e o comércio em pequena escala e autorizou empréstimos externos. Em 1922 foi instituída a URSS, reunindo as diversas regiões do antigo Império Russo.

A morte de Lênin em 1924 provocou uma luta pelo poder entre Trotski e Josef Stalin, secretário-geral do Partido Comunista. O primeiro defendia a ampliação da revolução para outros países – a revolução permanente. Já o segundo pretendia implantar o socialismo apenas na URSS. Stalin venceu, expulsou o adversário do país e implantou, a partir de 1928, o regime mais tarde batizado de Stalinismo. (Texto retirado da Revista História Vestibular 2012, páginas 72 e 73).

OBS: Nunca existiu um Estado Comunista, já que para Max o comunismo era o ultimo estágio do socialismo, onde o Estado despareceria.

 

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