Revolução Russa.
A
Revolução Russa foi um movimento ocorrido entre 1917 e 1928 que derrubou a
monarquia no país e culminou na criação da União das Repúblicas Socialistas
Soviéticas (URSS), ou apenas União Soviética, o primeiro país
socialista do mundo. O processo foi de intensa agitação política e militar e
influenciou de maneira decisiva a história do século XX, ao dar origem a uma
das potências que dominaram por décadas a geopolítica global.
Antecedentes.
No
final do século XIX, a Rússia não havia passado pelas reformas ocorridas na
Europa Ocidental a partir do fim, da Idade Média. Na política, vigorava ainda o
absolutismo, personificado na figura do czar, o imperador russo. E, na
economia, mantinham-se as características feudais: a agricultura – baseada no
trabalho dos mujiques,
servos camponeses – era de longe a atividade mais importante, e a maioria das
terras pertencia à nobreza – os boiardos – e ao clero
da Igreja Ortodoxa.
A
industrialização, tardia, era um fenômeno recente, restrito a algumas cidades.
Por depender do capital de outros países, a Rússia não foi capaz de produzir
uma burguesia local forte. O proletariado, ao contrário, embora também fosse
pequeno, organizou-se de forma sólida e combativa, mantendo vínculos estreitos
com as massas camponesas.
Entre
esses operários germinaram as ideias revolucionárias vindas da Europa
Ocidental, o que permitiu o aparecimento de grupos políticos de oposição ao
czar. O mais influente era o Partido Operário Social Democrata Russo (POSDR),
inspirado no marxismo. Em 1903, ele se dividiu em duas facções, os bolcheviques
(que quer dizer maioria), liderado por Vladimir Lênin, defensores da tomada do
poder pelos operários e camponeses; e os mencheviques
(minoria), encabeçado por Iulii Martov – adeptos da revolução gradual, por meio
de reformas.
Após
a derrota na Guerra Russo-Japonesa, os ânimos populares se inflamaram e
estourou a Revolução de 1905. No episódio mais marcante, o Domingo
Sangrento, uma manifestação pacífica em São Petersburgo foi
massacrada pelo Exército. O clima do país ficou tenso, seguindo-se várias
greves e protestos. Operários, camponeses e soldados organizaram-se em
conselhos denominados sovietes
– mais tarde controlados pelos bolcheviques. A burguesia forçou a instalação de
um parlamento – a Duma
–, em 1906.
Revolução
Menchevique.
Os
altos gastos militares com a I Guerra Mundial intensificaram o descontentamento
com o governo. A insatisfação alcançou o auge em 1917, na Revolução de
Fevereiro, quando o exército se negou a marchar contra uma manifestação
popular em Petrogrado (como era conhecido São Petersburgo). Enfraquecido, o
czar Nicolau II foi obrigado a abdicar.
Os
mencheciques, apoiados pela burguesia, instalaram a República da
Duma, de caráter liberal, liderada por um nobre, o príncipe
Lvov. O fracasso na I Guerra Mundial levou a sua substituição por um socialista
moderado, Alexander Kerensky.
Apesar
da concessão, a oposição bolchevique se fortaleceu, Leon Trotski, presidente do
soviete de Petrogrado, criou a Guarda Vermelha formada por milicianos
operários, Lênin, que estava exilado na Finlândia, voltou clandestinamente ao
país e incitou os sovietes a tomar o poder por meio de uma revolução. Sob os
lemas “Pão,
paz e terra” e “Todo o poder aos sovietes”, os bolcheviques
defendiam a retirada do país da guerra, a tomada do poder pelos conselhos
populares e uma ampla reforma agrária.
Revolução
Bolchevique ou Revolução de Outubro.
Em
25 de outubro (segundo o calendário Juliano, que vigorava na Rússia), eclodiu a
revolução popular. Apoiados pelas massas, os bolcheviques derrubaram a Repúbica
da Duma e instituíram a Conselho
dos Comissários do Povo, presidido por Lênin. Ele então deu início à mudanças dos
sistema econômico do país, cocedendo aos camponeses o direito exclusivo de
exploração das terras, transferindo o controle das fábricas aos operários,
expropriando as indústrias e nacionalizando os bancos. No ano seguinte a Rússia
saiu da I Guerra Mundial ao assinar a paz em separado com a Alemanha (Paz de
Brest-Litovsk), aceitando entregar a Polônia, a Ucrânia e a Finlândia. O
POSDR passou a chamar-se Partido Comunista Russo – o único permitido no país.
Aristocratas
e mencheviques reagiram. Chamados de Brancos, eles receberam ajuda de países
como Reino Unido, França, Japão e Estados Unidos, e a nação mergulhou numa
guerra civil. Para combater os contrarrevolucionários, Trostki organizou o
Exército Vermelho. O conflito acabou em 1921, com a vitória bolchevique.
Milhares de adversários do governo foram fuzilados, incluindo o czar e sua
família.
Para
recuperar a economia, abalada pelo conflito, Lênin estabeleceu a Nova Política
Econômica (NEP): uma série de medidas capitalistas temporárias que
deveriam preparar terreno para a instalação do socialismo. Ele permitiu a
criação de empresas privadas e o comércio em pequena escala e autorizou
empréstimos externos. Em 1922 foi instituída a URSS, reunindo as diversas
regiões do antigo Império Russo.
A
morte de Lênin em 1924 provocou uma luta pelo poder entre Trotski e Josef
Stalin, secretário-geral do Partido Comunista. O primeiro defendia a ampliação
da revolução para outros países – a revolução permanente. Já o segundo
pretendia implantar o socialismo apenas na URSS. Stalin venceu, expulsou o
adversário do país e implantou, a partir de 1928, o regime mais tarde batizado
de Stalinismo. (Texto retirado da Revista História Vestibular 2012,
páginas 72 e 73).
OBS: Nunca
existiu um Estado Comunista, já que para Max o comunismo era o ultimo estágio
do socialismo, onde o Estado despareceria.
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